Como única responsável pelos meus actos, considero que devo responder a um comentário muito interessante sobre o artigo que anteriomente escrevi.
Não tenho a menor dúvida que sou esquizofrénica! Viver no meio de um povo que se queixa apenas de boca e nada faz, só pode ser um acto de pura esquizofrenia! Assim eu o considero!
Todos sabemos o que Bolonha tem de bom e Bolonha tem de mau. Só não sabe quem não lê os documentos orientadores que existem de livre leitura na internet. E, quanto a esses, o problema é deles! Se não procuram informação, de certeza que ela não lhes chega, pois não tem pernas!
Já está mais que confirmado o estado geral do ensino superior. O professores receiam que Bolonha origine desemprego, e os alunos estão cada vez mais conscientes que "queimam pestanas" para ficarem desempregados. Se Bolonha não é lei e é apenas um documento orientador, não há dúvida que deveria estar orientado para os benefícios do colectivo. Mas, se a tal moral colectiva não existe, e é apenas uma utopia, bem como os defensores dela apenas defendem os seus interesses, resta chamar à atenção do que considero que está errado. Quem lê, aceita ou não, é problema seu. Mas, felizmente vivemos numa democracia, na qual temos direito a expôr as nossas opiniões e temos livre escolha.
Infelizmente ninguém "mexe uma palha" para fazer seja o que for, nem mesmo para opinar, porque existe um MEDO GERAL. Do quê, não sei! Por alguma razão, a tentativa de avançar com um manifesto contra as propinas e questões relacionadas com os alunos a tempo parcial ficou gorada, porque estes tiveram MEDO de assinar. Parece que os alunos pretendem continuar a ser explorados ao máximo! E, eu como aluna, não aceito tal exploração! Não se trata de posição política, mas sim de um direito que considero fundamental e que está consagrado na Constituição. Esta diz, no n.º 1 do seu artigo 74º que «Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.». Mas, porque a alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo afirma que o Estado tem a obrigação de «Garantir a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística.» e não define que tipo de capacidade, esta está na actualidade a revelar ser de carácter financeiro. Ou se tem dinheiro para realizar uma licenciatura, ou não. Se temos, segundo a UE e a UNICEF, um dos mais baixos graus de licenciados, parece-me que é um facto de não interessa ao Portugueses. Mas, interessa-me a mim, e por isso sou revolucionária e constestatária, pois também este é um direito expresso na Constituição - o direito à liberdade de expressão.
Na realidade, na minha universidade, foi necessário o Departamento de Antropologia avançar com um documento para a Presidência, solicitando alguma consideração pelos estudantes trabalhadores. Ora, este foi recusado. Por isso, a revolucionária está agora a tentar, como representante dos discentes no Conselho Pedagógico, em conjunto com o docente, chamar à atenção dos restantes das dificuldades dos estudantes a tempo parcial.
Eis, um ponto focado em Bolonha - o estudante a tempo parcial -, mas que não tem regime jurídico na legislação em Portugal. Só existe, no Código do Trabalho, referência ao trabalhador estudante, pois o Dec Lei n.º 74/2005 nada refere de concreto para quem tem outra actividade para além do estudo. E, mais uma vez, lá vem a revolucionária a tentar que o novo Regulamento de Avaliação de Competências da sua Universidade, pelo menos inclua os direitos destes, porque nem isso está a ser considerado por quem o elaborou. E, como este terá de ser aprovado pela Presidência, a sua acção poderá de nada servir.
Como não considero ético pegar numa arma e apontar à cabeça de quem faz as leis e de quem está nos orgãos de gestão, uso este blog para colocar as minhas opiniões.
Não pretendo esclarecer seja quem for quanto à minha opção política, mas garanto que sou niilista.