Saturday, November 25, 2006

O Manifesto dos cidadãos concientes!

O manifesto, abaixo colocado, tem como objecto informar a todos alunos da Licenciatura de Antropologia que está a decorrer a obtenção de assinaturas para o mesmo, dada a importância de todos assinarmos, pois só assim é possível mostrar o descontentamento geral dos alunos de Antropologia do ISCTE.
Este manifesto será remetido à Presidência do ISCTE, à Presidente do Departamento de Antropologia - Prof. Rosa Maria Perez -, ao Presidente da Comissão Científica - Prof. Miguel Vale de Almeida -, e à Direcção Geral do Ensino Superior.
Para que todos saibam e não tenham receios (que para mim, se os tiverem são infundados!), informo a intenção de realizar o manifesto já é do conhecimento da Presidente do Departamento e, de acordo com a opinião dos docentes, somos nós alunos que temos de nos manifestar, porque os professores não têm poder.
Como se pode ler, o mesmo espressa o descontentamento quanto à questão do financiamento ser baseado na propina anual que, para além do seu valor elevado, não coincide com o estipulado na legislação e no Tratado de Bolonha, pois neste se expressa a unidade curricular em termos de semestre e não de ano.
Ora, se somos estudantes a tempo parcial é utópico realizar este curso em seis semestres, e só se formos génios o faremos. Assim, se chegármos ao final do 3º ano com 1, 2 ou 3 cadeiras realizáveis no primeiro semestre, teremos de pagar um ano inteiro.
Eu não sou rica e, segundo a Constituição Portuguesa é fundamental que o ensino se torne gratuito, mas parece-me que se está a tender para o contrário.
Penso que não é do conhecimento da maioria dos alunos, mas as políticas ao nível europeu, apontam para o facto de que uma licenciatura actual de três anos equivalerá a um bacharelato e que, para progredir na carreira será obrigatório o mestrado (ex.: os professores do ensino básico e secundário só poderão exercer tendo realizado o mestrado). Ora, como sabem o mestrado é pago e bem pago, porque após ter assistido ao debate de 2ª feira, dia 20 de Nov. no ISCTE sobre o futuro com Bolonha, foi-me confirmado que é quase impossível em Portugal e dada a situação económica que perdurará por mais alguns anos, fazer o mestrado ao custo da licenciatura, logo preparem-se, se quiserem progredir na carreira, para pagar mais 4000 a 5000 € para o realizarem!
Quanto aos problemas da nossa turma e do resto das turmas do curso é importante e vital colocármos alunos no Conselho Pedagógico, pelo que informo-vos que me vou candidatar, pois é urgente demonstrar aos docentes os problemas com que nos estamos a deparar no sentido de os resolver-mos o melhor possível.
Por tudo isto, quer no manifesto, quer na minha candidatura ao Conselho Pedagógico, é muito importante a vossa colaboração.
A turma não sou eu, somos todos nós, e todos nós pagamos por sermos cobaias de um novo sistema mal implantado, e como sabem cobaias não pagam e ainda recebem!

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Espero sinceramente que haja uma adesão significativa a este documento!

Temos agora a oportunidade de demonstrar de uma maneira que não deixa margem para dúvidas o que pensamos e sentimos relativamente ao modo como a gestão do iscte nos tem tratado (e roubado) nos últimos anos! Temos a responsabilidade de o fazer tanto por nós que cá andamos e andaremos, como também pelos novos que hão-de vir e em relação aos quais podemos contribuir para que sejam menos roubados do que nós estamos a ser!

Estamos num país onde os cidadãos pecam por se queixar muito nas conversas mas que quando chega a hora de votar ou exercer o seu direito à indignação preferem ver futebol, telenovelas, ou deixar andar, porque está tudo tão mau que acham que nada já vale a pena. Não contando com aqueles que estão sempre à espera que sejam os outros a resolver os seus problemas.
Estes estados de espírito conformistas, medrosos e resignados, ajudaram no meu entender a deixar que as coisas chegassem ao ponto inqualificável a que chegaram, tanto no país em geral como no ensino superior público em particular. A hora de dizer "BASTA!" é mais do que chegada!

Pessoalmente penso que temos não apenas o direito, como também o dever e a responsabilidade de como cidadãos e alunos, contribuir de uma maneira efectiva com tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com a autêntica vergonha e desvario mercantilista a que se chegou!

Eu já assinei o documento! Espero que todos assinem, para o bem de todos nós!

2:50 AM  
Anonymous Anonymous said...

O que é que quer dizer "concientes!" ?
Isto é obra do Miguel Vale de Almeida?

10:29 PM  

Post a Comment

<< Home