A rebelião dos Escravos Artificiais!
A "rebelião"! Assim foi denominada a nossa atitude de confrontação com o Halls Mentolypthus.
Cada vez mais parece-me que faz parte da nossa memória social não reconhecer e aplicar a palavra supra destacada, mas garanto-vos que, pode nem sempre resultar, mas muitas vezes dá frutos... e frutos adocicados ao invés de amargos!
Tornou-se hábito dizer-se que "não vale a pena! Nada vai mudar!", e por isso realmente nada muda.
Quando a rebelião, infelizmente nem sempre unanimamente unida, se insurgiu obtiveram-se alguns resultados positivos, pelo menos na questão do respeito mútuo, que é um factor essencial para a vivência em sociedade, mas que muitas vezes egoísticamente fica esquecido.
Esta apelidada "rebelião", à qual acrescentei o termo "dos Escravos Artificais" - aquilo que actualmente me considero como estudante a tempo parcial de Antropologia no ISCTE - serviu para mostrar como é possível através de um confronto "civilizado" exigir um direito fundamental - o respeito!
O que é custa um pouco de respeito pelos outros? As hierarquias socialmente impostas têm procurado fazer desaparecer das nossas mentes a ideia de respeito mútuo e tornaram-se insuportáveis para um regime que se apelida de democrático!
Democracia é suposto ser o "governo do povo para o povo", a oposição a todas as formas de ditadura e de totalitarismo, mas se o próprio povo permite que o poder resida em elites que fazem o que bem querem e lhes apetece, porque não defende os seus próprios direitos, então não sabe o que é uma democracia e realmente "Nada vai mudar!".
Esta rebelião foi uma pequena prova como algo se pode mudar, basta exigir o que nos é de direito - que nos respeitem como pessoas e, neste caso, como estudantes que estão empregados e trabalham 8 horas diárias para pagar os estudos e sustentar toda a economia de um país.
2 Comments:
Há que efectivamente combater de modo urgente a mentalidade de ovelha que endémicamente se instalou na sociedade portuguesa.
As pessoas perderam a esperança. Estão tão condicionadas pela vida difícil que levam há muitos anos neste país de (maus) gestores subservientes a Bruxelas, que pensam que nada já vale a pena, a não ser tentar chegar ao final do mês com algum dinheiro. Afinal há que pagar a casa, o carro, os cartões de crédito, os créditos ao consumo, a escola e a roupa dos filhos e ainda pôr comida na mesa. A maioria das pessoas está numa situação tão má que não pode de todo correr riscos, ou achar que pode neles vir a encorrer caso se manifeste no emprego ou na faculdade contra qualquer situação menos justa.
Há todavia um grande perigo quando nos deixamos de respeitar a nós próprios. A auto-estima é um valor fundamental enquanto cidadãos. Não nos podemos deixar abater por modelos injustos, independentemente de há quanto tempo eles estão instalados. Temos que nos lembrar que a "revolução" defendida por Marx não está dependente afinal (como se viu) de nenhum movimento por nascer ou de (mais) algum carismático e iluminado líder que apareça. Já basta de sebastianismo!
A revolução, pelo menos a das mentalidades, começa todos os dias dentro de cada um de nós, através do direito à indignação e ao exercídio da cidadania, e de todos os pequenos contributos que possamos fazer no sentido de de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária e para a defesa dos nossos direitos.
Isto claro, depois de afogarmos os neo-liberais todos.
"João Vagos said"uma realidade com que me deparo todos os dias: a questão da nossa auto-estima.
Aqui reside o grande problema do Português: a quase inexistente auto-estima e consequente desleixo quanto aos seus próprios direitos!
É essa a minha revolta, uma revolta contra a minha própria família, amigos e conhecidos que aceitam todas as violações aos seus direitos fundamentais, porque se vêm totalmente dependentes de uma economia manipuladora.
A certeza de receber o ordenado ao fim do mês tornou-se a base essencial da sobrevivência ao ponto de se aceitar qualquer tipo de trabalho por mais precário e explorador que seja.
Aqui viola-se um direito fundamental, o direito à liberdade, porque qualquer tentativa de expressão pode significar despedimento e exclusão social.
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